sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Impressões: Guardians, Volume 2, de Luciane Rangel





Sinopse: Pouco a pouco, as verdades escondidas pela antiga geração de Guardiões vão sendo reveladas. Mas, quando o grupo atual parecia estar se organizando para finalmente lacrar a barreira, mais uma das sórdidas armadilhas de Kuro consegue, afinal, desestabilizar o grupo, pondo tudo a perder. Agora, os Guardiões encontram-se separados, com quatro deles – incluindo a antiga Guardiã Sofie Gautier – presos no Mundo Youkai. Portanto, mais do que nunca, o grupo que permaneceu na dimensão humana precisa unir suas forças para resgatar seus companheiros e finalmente lacrar a barreira. Porém, além dos acontecimentos que incidem contra eles, o tempo é curto e, se não correrem, logo poderá ser tarde demais. 

Todos lutam por aqueles em quem acreditam. E você? Está lutando por quem?


Bom, eu li o primeiro livro no kindle, e vocês podem ver minha opinião sobre ele AQUI. Devo esclarecer que minha avaliação agora não leva em consideração certos pontos negativos, como a restrição de público-alvo, pois na minha visão, quem não se importou com essas coisas no primeiro livro, também não se importará no segundo, COMO ACONTECEU COMIGO. Dito isto, devo informar que comecei a leitura bastante empolgado, e ávido para saber como ia continuar a história dos 12 guardiões criados pela Luciane, e infelizmente não terminei com a mesma empolgação do início. Vamos às considerações!

O que gostei:
-Diálogos em sua maioria divertidos, definitivamente são o ponto forte da autora
-Desenvolvimento dos personagens bastante visível, e mesmo sendo uma quantidade grande, não causa confusão no leitor
-Ilustrações bonitas
-Narrativa dinâmica, sempre alternando entre os vários personagens

O que não gostei:
-Utilização exacerbada, e na maioria das vezes desnecessária, de aspas
-Muitas explicações minuciosas sobre atitudes e pensamentos das personagens, algumas vezes até sendo repetitivas
-Descrições muitas vezes inexistentes. Admito que sou um leitor e escritor mais narrativo, mas sei que pelo menos um mínimo de descrição é necessária para uma boa cena. É um defeito que não me atrapalhou em nada, mas ainda sim, um defeito
-A autora se preocupou tanto em defender os direitos homossexuais que boa parte do livro teve um caráter quase de propaganda. O casal lésbico é retratado sempre, e talvez na maior parte do livro, como um casal perfeito, cheio de amor, paixão,virtudes e nenhum defeito, mas que vive a sina de sofrer pelo 'ambiente externo ao casal' que inevitavelmente se torna o agressor, se não conscientemente preconceituoso, através de alguma atitude duvidosa. SÉRIO. A autora tem a liberdade para mostrar sua vertente ideológica - como já havia feito com o tema no livro 1 da série - mas nesta obra ela forçou demais a barra, com algo totalmente irreal e enfadonho.

Considerações finais:
O livro segue a aventura num ritmo mais lento, focado mais no desenvolvimento de personagens (alguns mais que outros) e prepara o cenário para o desfecho. Um tanto previsível, e não tão bom quanto o primeiro, mas tem bons diálogos. Assim como o primeiro, recomendo para o público otaku, eles serão bem mais receptivos que os leitores de fora dessa cultura.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Um email intrigante

Olá, mais uma vez atualizando o blog, desta vez com um fato interessante que aconteceu na minha caixa de entrada do email. Eu estou escrevendo meu segundo livro de fantasia, e já faz bastante tempo que me dedico a este gênero, mas antes de entrar nele, eu escrevia bastante crônicas de humor, e devo dizer que é o estilo que mais gosto de escrever. Pois bem, eu havia escrito um livro nessa pegada há alguns anos, inclusive ele está disponível na Amazon, olha o link aí ao lado (ou clique aqui: http://www.amazon.com.br/dp/B0060NEV7O).

Pois bem, do nada recebi este email:




Acontece que eu nem lembrava que tinha conta na Bookess, muito menos que meu livro estava disponibilizado lá inteiro e de graça!!! Foi legal redescobrir isto, e mais ainda através de uma pessoa que comentou dizendo que gostou. OK, mas e aí, o que há de estranho nisso tudo? Bom, o tal comentário da Olívia NÃO EXISTE na página do livro. Não sei se ela apagou ou se eu tenho que aprovar em algum local, mas o fato é que não há nada lá. Sério, isso me deixou uma impressão "Tobby do Harry Potter" (não lembro se é esse o nome do monstrinho lá, mas enfim...).

No mais, só isso mesmo, se alguém quiser ler O ingresso e a Lei de Murphy de graça, só ir no Bookess; ou se quiser dar 2 reais, pode comprar o ebook na amazon.

Abraço e até mais!


PS: Sei que o layout está zoado, é porque o blogspot não está deixando eu corrigir o tamanho da imagem de O homem sem signo, um dia eu resolvo este problema. EDIT: já arrumei. :)

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

A revolução dos... bichos?

Eu ia fazer um post de impressões sobre A revolução dos bichos de George Orwell, mas ontem eu cheguei na reta final da estória e decidi que a melhor resenha que esse livro pode ter é um brasileiro comparar com o lugar em que vive. Os acontecimentos do livro são uma transposição alegórica fidedigna do que está acontecendo no país, E NÃO ESTOU BRINCANDO.


A cada passagem do livro eu tentava e conseguia relacionar com algum fato recentemente ocorrido na política brasileira. Seja a confusão semântica para desnortear os bichos (a última e que mais deu o que falar foi a redefinição de "estupro" e "democracia"), a recomposição da história da granja esclarecendo todas as mentiras do porco Bola-de-neve (a reconstrução do período da Ditadura Militar sob os olhos parciais do lado perdedor, e ainda se intitulando como "comissão da verdade"), a criação do dia das manifestações (a apropriação e em alguns casos liderança governamental das manifestações no Brasil), a reconstrução das leis na surdina (e o atual sistema legislativo que trabalha sozinho enquanto o povo assiste pacificamente ou com relutância, mas sempre aceitando as decisões); enfim, o livro está mostrando O BRASIL ATUAL. Eu deveria então fazer uma resenha e indicar para o leitor do blog, não? NÃO! Este livro não é uma indicação, é uma obrigação para o brasileiro contemporâneo, inclusive os jovens, que estão se mostrando cada vez mais leitores, porém dão tanto valor a sagas de milhares de páginas sem muita relevância intelectual e nenhum a certas obras enriquecedoras. 

Quer ler o próximo Jogos Vorazes? Por que não tira uma semaninha sem ele e lê A revolução dos bichos? Tem menos de 100 páginas, e vai abrir os seus olhos, com certeza.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Impressões: Guerra nos Nove Mundos, de Jaco Galtran



Sinopse:
"Os cavaleiros de Niflheim espalham terror por onde passam. Gigantes, orcs e toda a sorte de criaturas malignas multiplicam-se pelos Nove Mundos como pragas. Contando com a fé nos deuses antigos e no deus Balder, e guiados pela ímpeto aventureiro digno dos mais nobres heróis, não faltam aqueles que optam por viverem em defesa da justiça. O choque entre essas as duas forças gera constantes guerras nos Nove Mundos. Mas em algum lugar dos subterrâneos, um incomum grupo trava uma guerra ainda mais profunda e terrível: o confronto com seu passado. Uma batalha feroz contra suas fraquezas, medos e inseguranças. Uma jornada em busca de um propósito para suas existências, uma paz interior que talvez possa ser o único consolo em um mundo em que as guerras parecem não ter fim."

Guerra nos Nove Mundos é um conto de alta fantasia, que narra o isolamento de um elfo bardo numa gruta de uma cadeia montanhosa e os acontecimentos que decorrem neste local. Juntando-se a uma companheira elfa e um paladino desconhecido, eles exploram os meandros de algo que pode ameaçar toda a paz no mundo. Tanto as personagens quanto o teor e desenvolvimento da história mostram a grande influência dos RPGs de mesa, como a divisão de classes e raças.

O que gostei:
-O autor demonstra grande desenvoltura com as palavras e um vocabulário certeiro, características essenciais para a sucintez de um conto e que sinto falta em muitos autores contemporâneos, inclusive faltam neste que vos escreve.
-Habilidade em definir os personagens, especialmente psicologicamente. Novamente é um ponto a ser ainda mais exaltado quando se leva em conta o fato de ser um conto, muito mais curto e rápido que uma novela ou romance.
-Criatividade para criação dos nomes e do mundo em geral, mas devo ressalvar que não sou muito conhecedor do mundo dos RPG de mesa, então pode ser que já seja algo existente como as raças e classes derivadas dos jogos. Para mim, foi uma grata novidade.

O que não gostei:
-Não consigo pensar em algo que desaprovei na história. Apenas deixo claro que não vi uma grande ligação do conto com seu título. Faz mais sentido se pegarmos a ideia do título e, ao ler a sinopse, abstrair esta ideia e se preparar para algo novo e não necessariamente relacionado com a tal guerra ou com os nove mundos. 

Considerações finais:
Jaco Galtran está de parabéns, não foi a primeira coisa que li do autor e já esperava um texto de qualidade. Um conto muito bem escrito e que prende o leitor, especialmente quem tem afinidade por histórias de RPG e do gênero capa e espada. Apesar da história ser fechada e não deixar gancho para uma continuação, o leitor se vê no final desejoso por algo mais daquele mundo, querendo saber o que diabos acontece fora daquela cadeia de montanhas, e esta vontade provavelmente será saciada com O Legado de Lyraan, mais uma história do Jaco, passada no mesmo mundo.

O Legado de Lyraan pode ser adquirido na Amazon, e contém a versão revisada de Guerra nos Nove Mundos aqui no link: Amazon

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Impressões: O Nevoeiro, de Stephen King

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The Mist (O mistério) conta a história de uma pequena família de uma cidadezinha americana, que passa por uma tempestade descomunal durante uma noite em sua casa próxima a um lago. Após o término da tempestade, surge uma misteriosa neblina branca que começa a se propagar pela cidade. Contar mais que isso poderia ser spoiler para os mais radicais.

Este foi o segundo livro do SK que li, e admito que foi por pura insistência, afinal o primeiro tinha sido o péssimo controverso O Pistoleiro. Indignado com a qualidade tão ruim do dito "mestre do terror", resolvi dar outra chance e peguei O Nevoeiro para ler. O que consegui foi um tremendo livro de suspense, digno da fama do escritor. Não é perfeito, tem algumas coisas que realmente não gostei, mas as partes assustadoras realmente compensaram e me fizeram dar uma nota máxima lá no skoob. 

Detalhe: O começo é bem tranquilo, mesmo a passagem da tempestade não me causou nenhuma empatia com a escrita, mas fui adiantando a leitura colocando músicas tenebrosas como background, o que caiu muito bem quando a história se joga para o lado do terror, e talvez isso tenha ajudado na atmosfera e influenciado minha nota máxima.

Tipo de música assustadora que coloquei de fundo


O que gostei:
-Escrita fluída, sem muita enrolação desnecessária
-Ótima dosagem entre suspense e terror, apesar de ter gostado mais do clima de tensão que precede o "susto"
-Coerência dos personagens e seus papéis na narrativa

O que não gostei:
-As personagens secundárias masculinas muitas vezes pareciam ser mais do mesmo, mudando apenas o nome, e admito que terminei o livro sem saber diferenciar alguns deles
-Inexatidão na descrição de algumas cenas, o que me fez ficar momentaneamente confuso sobre certos acontecimentos

Considerações finais:

Não sei dizer se este é um ótimo livro do King, mas sei que é um livro de terror/suspense muito bom, recomendo a quem não leu e admito que fiquei com vontade de ver o filme, descobri que já saiu em DVD. Espero que o filme de O LEVOEIRO seja tão bom quanto a leitura (será? hehe).



PS: Justificando meu post anterior com as leituras, digo que não expus minha opinião sobre O Pistoleiro e Cidade dos Ossos pois não gostei dos livros, e não quero perder tempo falando/escrevendo mal sobre alguma coisa. O idiota ainda estou lendo, é bem grandinho e até agora está muito bom. =D

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Não morri!!!

Pretendo continuar atualizando o blog, e uma novidade: estou no Wattpad.
Bem legalzinho lá. Link para meu perfil: PODE CLICAR AQUI!!!!

Musiquinha do post:


segunda-feira, 20 de maio de 2013

Leituras em andamento




Olá, passando para deixar minha agenda literária:

Terminei há poucos minutos O Pistoleiro (série A Torre Negra) do Stephen King. Não curti, achei maçante e só li porque não queria continuar sem conhecer nada do SK. Acabou que me disseram realmente da dificuldade de ler O Pistoleiro, e que eu não deveria julgar o trabalho dele por este livro. A verdade é que bem no finalzinho eu achei que ficou interessante, mas não o suficiente para eu colocar o segundo da série na minha lista de leitura, vamos ver se isso muda.


Estou com a leitura de O Idiota, do Dostoiévski, em suspenso. Meu autor preferido me surpreendendo novamente com uma obra SENSACIONAL. Mas acabei dando um pause na leitura para tomar um fôlego, pois é genialidade demais para eu conseguir ler de uma vez. Vou pegar para ler o livro a seguir, e quando terminar, retorno para O Idiota.

O próximo da lista: Cidade dos Ossos, da Cassandra Clare. Comprei só pela enxurrada midiática mesmo, não tenho nenhuma expectativa, e provavelmente se não houvesse a tal promoção no submarino (onde comprei toda a série) acho que ainda não teria esse livro. Mas tenho, e agora vou ler. =D


É isso! Lembrando que ainda tenho a coletânea do Lovecraft para terminar, mas sem previsão, e o Space Opera II da Editora Draco, que não terminei e nem sei se vou, porque me decepcionou (eu tinha grandes expectativas para ele).

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Impressões: A fantástica história do Mundo de Bhardo - Octoforte e os Objetos Supremos, de L T R Stocco



Sinopse

O que você faria se um poderoso feiticeiro trancasse com magia o portal para sua casa?
Até onde você iria para conseguir o poder para desfazer esse sortilégio?
Você cruzaria seu mundo através de sombras e de perigos, só para rever aqueles a quem você ama?
Nesta aventura, sete jovens sentinelas da decadente Octoforte terão que superar seus medos e diferenças para cruzar o sombrio Mundo de Bhardo e conseguir reunir os Objetos Supremos, cujo poder é a única esperança que eles têm para desfazer a magia do misterioso bruxo Zebarãn. Mas ir contra os desígnios desse feiticeiro pode ser muito mais perigoso do que eles imaginam…


A fantástica história do Mundo de Bhardo - Octoforte e os Objetos Supremos é um livro infanto-juvenil e todos os aspectos que vou abordar aqui estão intrinsecamente relacionados a essa condição. O livro conta a história exata do plot descrito na sinopse. Um grupo de jovens passa por uma seleção acirrada e são colocados como sentinelas de certos portais que unem os diversos mundos à fortaleza que eles usam como morada. O vilão da história aparece e tranca estes portais, isolando os jovens no mundo de Bhardo. A partir daí, acompanhamos a viagem desses amigos para reunir Objetos Supremos, supostamente a maior chance deles para reabrir o portal e voltar para casa.

A influência de Tolkien é palpável até, pois a história usa muito das nomenclaturas da língua antiga de Bhardo, e o leitor não consegue se desvencilhar de uma comparação, ao menos com esse estilo de criar um mundo e sua própria língua. Como não sou muito bom de memória, achei que isso ia me atrapalhar na leitura, mas a autora soube dosar bem a quantidade de vezes que apareciam os nomes e suas explicações, de forma a fixar na cabeça do leitor sem ficar repetitivo (aqui vejo um ponto muito positivo com relação ao público IJ).

As personagens são bem definidas, cada um com sua personalidade e passado histórico. Isso ajuda no acompanhar da trama e como são todos bem diferentes, o leitor sempre vai achar um para ser o seu favorito. Particularmente achei a Jhade bastante apagada na história, mas como ela é "a quieta e mais retraída", achei que isso ficou de bom tom e condizente, mesmo que a autora não tenha feito isso propositadamente.


Ao fim do livro, o leitor para na metade da história, ou assim eu suponho, afinal eles só conseguem metade dos Objetos Supremos, o que foi um decepção para mim. Não gosto quando livros terminam sem fechar suas histórias (por isso mesmo eu fico com pé atrás ao ler séries literárias), mas no decorrer da leitura eu já tinha notado que não daria tempo de fechar tudo naquelas poucas páginas restantes, então eu já cheguei ao final sabendo que "não seria o final", então a decepção não foi tão grande.

As descrições são bem feitas e mostram que a autora realmente pensou a fundo como seria o mundo de Bhardo antes de escrever o livro. O mapa (disponível no blog) e o apêndice no fim do livro mostram o background necessário para entender melhor o decorrer da passagens e dos locais visitados.
A narrativa eu achei satisfatória porém inconstante. Em certos momentos, necessitando de melhorias, mas em outros eu li e fiquei perplexo com a fluidez e naturalidade da escrita.

O que gostei:

Personagens bem definidos.
Leitura rápida e envolvente.
Foco na história, sem enrolações.

O que não gostei:

Algumas passagens da narrativa, com uso excessivo de adjetivos.
O livro terminar na metade, rsrs.
Um personagem é chamado de gênio durante toda a história, mas não deu motivo algum para ser considerado genial. CORREÇÃO: A Lívia me explicou que o gênio não é o adjetivo de genialidade, e sim a nomenclatura dada ao povo a que pertence o personagem, algo como o "gênio" de Alladin.
Não chegou a me atrapalhar a falta, mas um glossário no fim do livro poderia ajudar a quem precisasse.


Considerações finais:

A fantástica história do Mundo de Bhardo - Octoforte e os Objetos Supremos é uma grata surpresa, principalmente se for levar em conta que é um livro nacional de fantasia para o público infanto-juvenil. Mesmo eu não estando na faixa etária do públcio-alvo, aproveitei bastante e recomendo aos adultos que, como eu, conseguem se despir de preconceitos e aproveitar uma obra como Caverna do Dragão ou AVATAR: o último mestre do ar. Acreditem, o livro não deixa nada a dever se comparado a eles, e até compartilha vários elementos.


Compre na Amazon ou pelo clube de autores, para mais informações, acesse o link:
http://mundodebhardo.blogspot.com.br/

sexta-feira, 29 de março de 2013

+1 resenha para O homem sem signo

Desta vez quem escreveu a resenha foi a Lívia Stocco,  autora de A fantástica história do Mundo de Bhardo, livro lançado de forma independente como o meu. Estou lendo o livro dela e logo farei resenha aqui.



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O link para a resenha é: http://mundodebhardo.blogspot.com.br/2013/03/o-homem-sem-signo-resenha.html
=D

quinta-feira, 14 de março de 2013

Nova alternativa de publicação


Bom, queria deixar claro desde o início que este post não é de revolta com a editora. Feito isso, posso dizer também que não é um post patrocinado nem de propaganda, e que é apenas a minha opinião sobre o que observei.

Agora sem enrolar, vamos ao ponto: A editora Dracaena anunciou um novo selo, exclusivo para autopublicação. Heima é o nome, e o site pode ser acessado aqui http://www.heima.com.br



O que percebi olhando a página, é que a opção de autopublicação, bastante chamativa para novos escritores (e falo isso com conhecimento de causa, pois me encaixo no grupo e pesquiso muito sobre autopublicação) pode não ser algo tão acessível para quem está iniciando. Tomemos por exemplo o pacote mais simples do serviço que a editora Heima oferece.

O autor paga aproximadamente 6 mil reais para publicar 200 livros. Apenas para recuperar o investimento, cada livro precisará ser vendido por 30 reais. Digamos que o autor resolva acrescentar 5 reais ao preço de capa, para seu lucro e separe 20 unidades do livro para distribuição gratuita, visando publicidade e divulgação geral da obra. Só nessa brincadeira, cada unidade do livro não sairá por menos de 39 reais. E é aí que entra o real fator estratégico. Qual livro se vende com um preço de 40 reais? Um livro muito fino com certeza não valeria esse preço pela ótica mais comum, ainda mais se o autor é desconhecido e não há referências dele em outras obras.

A pergunta que fica após esse monte de contas é: valerá a pena recorrer a este serviço? Você tem uma base que vai sustentar a produção do livro e pagar o investimento, ou vai apenas estocar 200 livros no fundo do guarda-roupas?



Para não deixar o texto totalmente pessimista, vejamos o lado bom da iniciativa. A Dracaena já tem uma boa visibilidade no mercado, e é de se esperar que o novo selo siga este rumo. As capas (serviço incluso no pagamento) são muito lindas. Eu considero as capas da Dracaena as mais bonitas do mercado brasileiro, e isso deve ajudar na hora de conseguir alguns consumidores.

E agora? Será que vale a pena investir?

Com certeza deve valer, mas não renderá frutos caso o autor não se empenhe muito em seu trabalho, e estou falando do trabalho ALÉM da escrita. Boa sorte à Heima e aos autores que se interessarem!

quinta-feira, 7 de março de 2013

Vapor, fumaça e perfume

Estou realmente sem tempo. Dei uma pausa no livro que estou escrevendo, parei com a divulgação de O Homem sem Signo, e não tenho nem lido livros. Provavelmente continuarei desse jeito até o final de maio, então é possível que eu não poste nada até lá. Aliás, postarei, mas serão apenas contos que já estão escritos e salvos no meu HD. Talvez um por semana, isso sendo MUITO otimista.

Aqui vai um que escrevi no fim de 2012. Peguei o mundo steampunk, com sua ambientação vitoriana "pitoresca" e suas belas mulheres com espartilhos e saias rodadas (acho isso muito sensual), e imaginei como colocar um menino interagindo neste mundo. E o que saiu foi:



Vapor, fumaça e perfume

Sob a luz da lamparina, Victor desenhava algo que se assemelhava à roda de um automóvel. Contrariando as regras do desenho, ele não construía o esboço que serviria de estrutura para o desenho. Preferia detalhar toda a parte que havia começado, para só então passar adiante. Pouco ortodoxo, talvez, mas o garoto tinha talento e aos 12 anos era difícil ter de apagar todo o desenho por errar na composição. Naquele início de noite ele riscava o papel com a destreza costumeira, até que ouviu o barulho da porta se abrindo. Correu até a sala da casa, onde pegou o seu avô ainda entrando.
-Olá, Victor! Acenda alguma vela, por favor. Só porque trabalho na mina não significa que consigo enxergar no escuro – o garoto prontamente iluminou o lugar – Agora está bem melhor! Trabalhou no automóvel, como lhe pedi?
O avô retirou as pesadas luvas de algodão grosso e começou a longa série de tapas na roupa, para retirar parte da sujeira acumulada. Ao final, deu uma sacodida na barba grossa lançando partículas no rosto de Victor, que logo tratou de limpar.
-Eu fiz quase tudo, só não consegui ajustar o movimento das rodas dianteiras. Tentei durante um tempão, mas elas não ficavam no lugar, então desisti!
-Ora, moleque, algo tão simples! Vamos lá que resolvo isso num minuto.
Os dois seguiram para os fundos da casa, onde havia uma oficina simplificada. Norman deitou-se no chão e se arrastou até conseguir um bom ângulo de visão.
-Não tem nada de errado aqui, você apenas não se empenhou o suficiente. Traga-me a lanterna, que esta vela não ajuda muito aqui embaixo.
Victor relutou em pegar a lanterna, afirmando que a mesma nunca funcionava, mas acabou entregando a seu avô, que demonstrou o funcionamento. Para produzir luz, a manivela devia ser girada lentamente no começo e aos poucos ganhar velocidade, assim em questão de poucos minutos o filamento incandesceu e a lanterna iluminou toda a oficina.
-Viu só como é fácil? Você não consegue porque não presta atenção, ou gira rápido demais ou lento demais. Agora vou ajustar isso de uma vez.
Seguiu-se uma sucessão de arfadas e sons de batidas metálicas, e finalmente o velho saiu debaixo do automóvel. Tinha a barba cheia e ainda enegrecida pela sujeira, era corpulento e alto, mas não botava medo em ninguém, pois sua careca e olhos risonhos denunciavam se tratar de uma pessoa muito amável. Os dois voltaram para dentro da casa, onde o avô explicou:
-Não tinha nada de diferente ali, apenas o encaixe era muito apertado, por isso você não conseguiu apertar as peças. As rodas precisam estar muito bem ajustadas, não pode ser como no resto do carro onde você apenas deu um apertãozinho. Já pensou se as rodas viram para lados diferentes? Ele quebra na mesma hora!
Agora vá fazer um chá para mim e depois durma, pois amanhã acordaremos cedo para fazer um teste com ele.
Enquanto a chaleira fervia água, esquentava também o sangue correndo nas veias de Victor. Após anos de trabalho, finalmente o automóvel estava sendo terminado. Seria o primeiro da vila, e motivo de orgulho para os dois moradores do casebre no topo da colina Bentley.
No dia seguinte, eles acordaram cedo para fazer o teste. Sentados no banco rígido – da melhor qualidade, e comprado numa verdadeira pechincha – os dois gritaram de emoção quando deram a partida e o motor roncou alto. Lentamente ele começou a se movimentar, chacoalhando mais que a velha maria-fumaça que passava na vila em direção à cidade de Leopold. Norman saltou do assento para o chão, “Vamos, quero ver você dirigindo”, gritou. Victor arrastou-se lateralmente pelo banco até alcançar o volante. Mesmo lento, ao ponto de Norman acompanhar com facilidade a pé, Victor sentiu-se feliz como nunca, em guiar uma máquina tão grande, que fazia tanto barulho e chacoalhava freneticamente.
-Agora que está funcionando perfeitamente, só precisamos completar o câmbio e ele vai rodar mais rápido que qualquer cavalo. Quero que você vá até o comércio central e me traga as peças que faltam.
Durante a tarde, quando Norman já tinha partido para a mina, Victor saiu com os itens anotados, ansioso para voltar e terminar a construção do automóvel. Chegando ao centro da vila, porém, foi tomado de grande decepção quando soube do comerciante de máquinas que as peças não existiam ali, e ele ainda não tinha prazo para ir até Leopold, onde conseguiria compra-las.
Desanimado, Victor prostrou-se na sombra de uma árvore sem vontade alguma de voltar para casa. Foi vendo o menino mandriar que o dono da pensão gritou seu nome:
-Ei, Victor! Seu avô sabe que anda vadiando por aí? Venha, me dê uma mão aqui. O ajudante não apareceu hoje, estou totalmente atarefado. Leve essas malas até o quarto 12, no segundo andar.
Victor seguiu desajeitado, com três malas empilhadas nos braços, quase a tapar sua visão. Após subir cuidadosamente as escadas, bateu na porta para anunciar a chegada, mas não obtendo resposta, entrou sem fazer cerimônia. Quando terminara de posicionar as malas no canto de uma parede, foi surpreendido pela voz que vinha do lavatório.
-Você trouxe as malas? Espere sentado aí que vou te dar umas moedas, garoto.
O tom feminino pegou Victor de surpresa, apesar de que ele podia ter deduzido ao olhar a cor vibrante da mala que havia acabado de colocar no chão. A mala grande era de um vermelho extremamente chamativo. Enquanto esperava sentado na cama, notou uma grande bolsa aberta em cima de uma mesinha, de onde se via algumas bugigangas, joias visivelmente de pouco valor, e um porta-retratos com a foto de uma bela mulher loira, de boca avermelhada e olhos bem arredondados. Tomado de um controle hipnótico, Victor se espichou tentando ver mais da imagem, sem contanto levantar da cama. A mulher saiu do lavatório e percebeu a curiosidade dele.
-O que está olhando? – Victor negou o olhar, mas acabou pedindo desculpas logo em seguida – Gostou das minhas joias?
Ela colocou uma volta no pescoço e anel no dedo, fazendo a mesma pose da fotografia. Victor salivou um pouco ao ver aquela bela mulher tão de perto, com os cabelos loiros molhados e presos, a pele ruborizada de calor, em que o pescoço fino traçava um caminho delicioso que seguia a volta dourada até o busto insinuado pela camisola decotada que vestia. Os seios tinham uma fina camada de fuligem por cima, mas eram redondos e firmes; o olhar fixo do menino só foi quebrado pela pergunta da mulher:
-Você trabalha aqui no hotel? – ela já havia notado a timidez do garoto, e resolveu brincar um pouco – Bom, já que você está ajudando hoje, vá até a banheira e pegue a esponja úmida que eu estava usando agora a pouco.
Victor sentiu um perfume extasiante dentro do lavatório, mas apenas pegou a esponja e saiu sem demora, entregando à mulher. Ela apanhou a esponja delicadamente e espremeu na altura das saboneteiras, fazendo a água escorrer por entre os seios, dando a eles um brilho ainda mais atraente.
-Limpei?
-S-sim... Ainda tem um pouco de fuligem, mas tá tudo bem...
-Aonde? – uma risada faceira escapou e ela baixou os olhos até o decote e com os dedos puxou a gola da camisola, aumentando o decote.
Induzido e sem resistência, Victor levou os dedos trêmulos até o seio, onde vagarosamente passou a mão, tirando a fuligem sem pressa. Quando não havia mais sujeira, ele empurrou sorrateiramente a mão para dentro da camisola, tentando alcançar o máximo que podia antes de tirar a mão, mas antes dele puxar de volta, ela apertou a mão dele contra o seio. Foi quando ele finalmente levantou os olhos e percebeu que ela o olhava intensamente.
-Você é bem danadinho... – disse ela baixinho, e encostou os lábios rubros na boca do menino. Soltou a mão dele, que foi recolhida, e perguntou – Qual seu nome?
-Victor.
-Meu nome é Lancia, Victor, muito prazer.
Lancia puxou Victor para dar um abraço, e quando ele encostou o queixo nas costas dela, sentiu novamente o perfume que inebriava a alma, de tal forma que timidamente aproximou a boca do pescoço nu de Lancia e com a língua para fora, tocou o pescoço dela. Sem indício de desaprovação, ele encostou a boca e provou daquela carne suculenta, sugando o máximo que podia daquele sabor enquanto ela passava as mãos no seu cabelo, acariciando-o.
Os dedos então se fecharam com força, e o beijo foi interrompido, com a cabeça sendo puxada para trás.
-Já está bom, mocinho. Tenho todas essas malas para arrumar, não vê?
Enquanto disfarçava para secar a boca, Victor recebeu os trocados que lhe tinham sido prometidos, e um convite para voltar noutro dia, pela tarde. O menino desceu as escadas tão rápido quanto teria rolado, e disparou pela porta da frente da pensão, sem dar ouvidos aos agradecimentos do dono.
Correu para casa num ânimo incontrolável, e naquela noite custou a dormir, pensando em voltar à pensão no dia seguinte. Norman, que chegara mais tarde, não interrompeu o sono do neto, mas pela manhã, o acordou logo cedo.
-E as peças, não trouxe?
-Não, o vendedor não tinha e parece que vai demorar pra conseguir.
-Não comprou as peças, vi que não adiantou o desenho do outro automóvel... Ficou fazendo o que a tarde toda? Quer saber, eu vou é limpar minhas botas que ganho mais. E você vá estudar, porque desenho é a parte mais fácil de construir o automóvel, você está muito longe de saber o resto.
Enquanto se apoiava na mesa para estudar, Victor não deixava de pensar no perfume que voltaria a sentir após algumas poucas horas. A manhã inteira não rendeu três páginas de leitura.
Naquela tarde, pedrinhas acertaram a janela do quarto de Lancia, que logo atendeu o chamado. Victor aguardava abaixo, segurando uma cesta coberta. Após avisar que desceria, passaram vinte minutos até ela sair pela porta da pensão, de cabelos penteados, usando um corset que acentuava a forma que a camisola havia escondido, e a saia cheia descia até os joelhos; nas mãos, carregava um livro espesso.
Sentaram numa colina arborizada longe do centro da vila, e Victor revelou o que continha a cesta. Alguns pães doces e uma garrafa de vinho.
-Onde você arranjou tudo isso?
-Lá de casa mesmo – revelou, sem dizer que havia furtado do avô.
-Mas que delícia, Victor. Ai, se eu soubesse que aqui tinha um cavalheiro como você, eu já teria saído há tempos de Fultonson.
-Você nasceu lá?
-Sim, trabalhava na estação da vila. Então decidi morar em Leopold, mas primeiro estou trabalhando na mina daqui para não chegar a Leopold com uma mão na frente e outra atrás. Se for desse jeito, vou acabar sendo mais uma das mulheres da casa de Claudette. Você conhece?
-Não...
-É claro, que não. Que pergunta a minha...
-E você consegue trabalhar na mina?
-Eu não sou mineira, trabalho do lado de fora dela pelo período da manhã, apenas carregando as pedras que são extraídas até a carvoaria. Mas mesmo assim é um trabalho duro, viu? Estou aguentando porque sei que é apenas temporário.
-Então você não vai ficar por aqui?
Lancia estava a ponto de partir o coração do garoto, então logo tratou de mudar o assunto. Pegou o livro que até então mantivera fechado, e mostrou a Victor. Era um álbum de fotografias, tiradas na estação de Fultonson. Enquanto ela passava as páginas, Victor se aproximava do corpo de Lancia, tentando captar a fragrância que ele tanto gostava nela. Durante essa aproximação, a mão encostou na perna de Lancia, por debaixo do livro aberto. Constrangido, tentou tirar a mão mas ela, sem parar de comentar as fotos, moveu a perna para perto dele, sinalizando que estava tudo bem.
O coração passou a bater mais forte, como o motor do automóvel que havia dirigido no dia anterior. Enquanto acariciava a perna, sua boca se encheu de água; após uma longa sequência de páginas viradas, a mão de Victor desceu até o joelho e voltou a subir, agora por dentro da saia. Sentiu o sangue bombear por todo corpo, naquele minuto de medo e conquista, em que tocava a coxa nua de Lancia. Enquanto apertava aquela carne macia, estranhamente quente, não viu o tempo passar, e com a boca cheia d’água, ele engoliu tudo de uma vez quando um barulho monstruoso interrompeu aquele momento.
Uma nuvem de poeira e fumaça vinha do horizonte. Na ponta da nuvem, pôde-se observar qual era a causa. Um jovem vestido de preto, com uma capa amarela, óculos de proteção e um chapéu baixo, chegou próximo aos dois pilotando uma máquina completamente bizarra. Victor rapidamente retirou a mão da saia de Lancia quando percebeu a parada do jovem, e só então começou a se perguntar que tipo de máquina era aquela. Parecia um automóvel, mas possuía apenas duas rodas, tinha um motor enorme atrás da primeira roda, onde encimava o piloto. Não tinha volante nem pedal de aceleração.
-Ei, loira! Essa vila adiante é Fultonson?
Indignado como ele tratava uma dama desconhecida, Victor mandou que ele ao menos descesse do veículo. Com um riso de desdém, o jovem desligou a máquina, caminhou até os dois e sentou-se do lado oposto a Victor, pressionando o corpo de Lancia ao dele. Segurou o queixo dela com os dedos e olhou nos olhos, perguntando novamente:
-Ei, loira... Essa vila é Fultonson?
Ela corou e com a voz quase muda respondeu que não. Victor estava furioso, mas não se atrevia a enfrentar alguém tão maior. Resolveu então despachar o intruso.
-Segue até o centro da vila, quando você avistar os trilhos da maria-fumaça, é só seguir que em três horas de cavalgada chega a Fultonson.
-Tá bom, menino. Mas agora acho que eu quero ficar aqui mesmo.
Olhando os rostos dos dois tão próximos, Victor correu até o veículo do jovem.
-E o que é isso? Onde você conseguiu? – a distração foi uma saída acertada, pois subitamente o rapaz esqueceu Lancia e correu para impedir o menino de tocar no veículo.
-Ei, garoto! Não pega aí não, vai queimar a mão. Essa é a SnakeWhip, a motocicleta mais rápida de Leopold – Victor viu o mecanismo de ignição, através de uma corda puxada por cima do motor, e ficou intrigado com a novidade.
-Nunca tinha visto uma dessas.
-Pois é, as motocicletas foram inventadas apenas há dois anos, não é de se esperar que não tenha nenhuma nesse fim de mundo. Agora dá licença que vou até Fultonson, meu chapa.
O jovem deu duas voltas com a SnakeWhip ao redor dos dois, envolvendo-os numa nuvem de poeira, fumaça e barulho ensurdecedor, para depois sumir numa velocidade enorme. Após a poeira ter baixado, Lancia se levantou, limpando o vestido e os cabelos, e fez menção de voltar para a vila. A decepção tomou conta de Victor, que passou a odiar e culpar aquele jovem que apareceu de repente e sumiu ainda mais veloz.
Quando caiu a noite e Norman chegou em casa, encontrou Victor dormindo, mas na mesa o desenho terminado. Para surpresa, o desenho era algo completamente diferente de um carro. Mantinha o assento e volante, mas apenas uma roda na frente e duas atrás, sem capota, deixando o motorista completamente a vulnerável ao clima.
Quando foi questionar o neto, já na manhã seguinte, foi pego de surpresa pela chegada do Coruja Prateada, a invenção que cruzava os céus e marcou o surgimento do dirigível. Afoito, o velho avisou a Victor que logo terminaria o automóvel, pois o Coruja Prateada com certeza teria as peças necessárias em estoque, mas era necessário ir até a vila o mais cedo possível, do contrário ele podia levantar voo e ficariam novamente à mercê do comerciante local.
Quando chegaram à vila, o velho foi direto ao dirigível, enquanto Victor foi até a pensão. Sem obter resposta da janela, foi até a entrada e perguntou de Lancia ao dono, e para a tristeza, descobriu que um jovem surgira na manhã, pilotando uma máquina estranha, gritando por uma loira em todos os cantos da vila. Ela acabou saindo com ele e levando quase nada de bagagem, de tal forma que tinha deixado muita coisa no quarto da pensão.
Nos dias seguintes, Victor sempre voltou à pensão procurando notícias de Lancia. Depois do terceiro mês, ele não perguntava mais. A vida continuou do jeito de sempre, até que dois anos se passaram e o centro da vila viu novamente suas ruas serem percorridas por um jovem numa máquina estranha, de velocidade incomum.
Quando as pessoas, curiosas, perguntavam sobre aquela máquina, Norman respondia:
-Foi desenhado por ele. Com três rodas, tem uma estabilidade muito grande, e com o peso reduzido, alcança velocidades altíssimas. No final das contas ia ser o presente dele, então eu não o impedi de fazer as modificações. O nome? Ah, ele chamou de Victorious.
Acompanhando os trilhos da maria-fumaça – na direção de onde brotava uma escuridão densa de fumaça, a cidade de Leopold – com luvas e colete de couro de cobra, olhos protegidos pelos óculos, cabelos soltos ao vento e um frasco de perfume vazio no bolso da camisa, Victor partia para encontrar no mundo o prazer que a vida na vila não podia mais conceder.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

O que estou lendo

Da mesma forma que fiz com Lovecraft (e ainda estou fazendo, pois não terminei ele), peguei um apanhado de coisas de Ray Bradbury para ler uma após a outra. Na verdade é um livro só, mas ele é uma coletânea de contos, então dá pra considerar:

Las Crônicas Marcianitas

Até agora estou curtindo as histórias(já li 5 ou 6). Estava lendo Space Opera II da editora Draco, mas cheguei no conto MAIS CHATO DO BRASIL, e estou seriamente pensando se apenas pulo ele ou se largo de vez o livro.
No mais, só isso!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Novidades passageiras

Bom, O homem sem signo já está à venda; estou escrevendo um outro livro, ao passo que ainda vai demorar para sair notícias dele, então, para não deixar o blog morto novamente, postarei aqui a capa de O homem sem signo que não foi escolhida (clique para ampliar):



Admito que mesmo sendo bem amadora, gosto dela. Quem sabe eu mudo qualquer hora, afinal ser ebook me traz essa possibilidade.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

MRs já no papel!!!

Comecei a escrever o próximo livro, aquele que muito tempo atrás eu tive a ideia de fazer inspirado em Gundam. Pois é, está bem no início, então nada de revelações, mas o projeto está vivo. Quem curte ficção científica não pode perder. Música que tem MUITO a ver com o projeto:


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Book Trailer de O homem sem signo

Como já havia previsto, a divulgação diminuiu bastante, o que não significa que parei de investir tempo no livro. Querem uma prova? Fiz esse Book Trailer na calada da madrugada de ontem apra hoje. 
Post só para mostrar o trailer mesmo. 
=)


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Impressões: Uncharted - O quarto labirinto

Acabei de ler não tem nem meia hora e tive que vir fazer a resenha. O autor, Christopher Golden, era um total desconhecido e no final das contas isso nem fez diferença. Sou um fã assumido dos jogos de PS3 - e estou com o terceiro jogo em mãos, para começar a jogar logo que puder - e precisava conferir mais essa aventura do representante contemporâneo dos heróis de filmes da sessão da tarde: NATHAN DRAKE.


Como li a versão digital, não tenho o que dizer sobre acabamento, papel  e capa, então vamos logo ao que interessa: aventura! Confesso que peguei o livro por fanboyzismo, mas como diz uma amiga minha, FAZER O QUE... Esperava uma adaptação ruim, mas fã engole qualquer bobagem se tiver seu personagem incluído na farofa, não é verdade? NÃO. Admito que comecei o livro mais procurando defeitos que aproveitando a leitura, e fiquei realmente chateado por Nate ser representado com uma personalidade mais densa. Todo fã do jogo sabe que ele é um aventureiro estereotipado, o herói da aventura simples mas cativante, o clássico mocinho que salva a donzela e fica com o tesouro no final.


Pois bem, continuei a ler e todo preconceito foi embora. A personalidade mais densa é apenas uma consequência inevitável da mudança de mídia. E a aventura, está lá, com todas as cenas rápidas e surpresas não tão surpreendentes dignas do nome UNCHARTED.

O que eu gostei:

Narrativa rápida e condizente com o gênero
Sully e Nate juntos tem uma ótima dinâmica.
A história é bem amarradinha, personagens cativantes e não perde tempo com subplots desnecessários.

O que não gostei:

O início é meio jogado de qualquer jeito, só para apresentar Drake, esquecendo logo em seguida os personagens que participaram da aventura inicial.
A descaracterização inicial da personalidade de Drake, que com o passar do livro se dissolve para a original dos jogos.
A menção a El Dorado (na verdade eu gostei, mas deixa dúvidas se colocado com a cronologia dos jogos).

Considerações:

Quer um livro divertido, com ação e apenas para um entretenimento casual? Esse livro cumpre bem o papel, se você for fã dos jogos - o que eu aconselho - vai gostar com certeza.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O homem sem signo: uma jornada inesperada?

É com uma porção de orgulho e um tantinho de cansaço que escrevo este post. A razão do post? O homem sem signo voltou ao primeiro lugar de vendas na amazon entre os livros de ação e aventura. Foi o primeiro mês do livro e aconteceram altos e baixos, até porque a amazon tem um sistema eficiente e automático. O livro começava entre os 5 primeiros e no mesmo dia, já caía para o trigésimo lugar, uma verdadeira montanha russa. Na categoria fantasia, os primeiros lugares não chegam e nem espero que isso aconteça, pois já estão dominados inevitavelmente pelas Crônicas de Gelo e Fogo, e superá-los em venda não é uma meta minha, sou mais realista do que vocês pensam, rsrs. Enfim, vou explicar direitinho o motivo do orgulho e do cansaço.



O orgulho vem do meu sucesso como divulgador e propagandista - coisa que duvidava de mim mesmo e tomei como desafio pessoal - e claro, da recepção positiva dos leitores em relação ao livro. Um cara desconhecido que mal atualizava o blog, com pouca habilidade em desenho para fazer uma capa "de vender o livro" e sem grandes canais de divulgação, encarando o trabalho de desbravar o terreno de vender uma fantasia nacional e ainda por cima apenas em ebook ter bons resultados? Isso só pode significar uma coisa: eu sou foda! (hahaha, acharam que ia ficar no coitadismo o parágrafo inteiro? e onde estaria o orgulho?). Falando sério, estou muito contente com o resultado, e com os contatos que tenho feito graças à divulgação do livro. As pessoas que me ajudaram sabem do que estou falando, seja um post no blog, no twitter, ou até a criação da página do livro no skoob, sou muito agradecido a todos.

O cansaço vem principalmente da inexperiência e falta de visibilidade. As barreiras são grandes, e não falo de nenhuma novidade: fantasia nacional, preconceito com formato digital, falta de e-readers na mão de leitores, etc. Aos poucos vamos derrubando cada um desses obstáculos, mas a ajuda é sempre bem-vinda. A propaganda boca-a-boca é comprovadamente a mais eficaz e uma simples resenha na própria página do livro na amazon, ou um CURTIR já faz uma grande diferença.

Após este fim de semana, volto para as aulas da universidade e o meu empenho com a divulgação do livro vai acabar diminuindo, mas não vou desistir, porque já vi que há espaço para quem se esforça e a tendência é melhorar, pois já há uma conscientização melhor quanto aos e-readers, tanto de leitores quanto de editoras. Encerro essa postagem avisando que estou para montar um booktrailer para O homem sem signo, e voltando com a tradicional música de fim de postagem:


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O homem sem signo - Última semana com o preço de lançamento

O homem sem signo foi lançado, recebeu elogios e já tem gente comentando. Estamos quase completando um mês de lançamento, e não temos muitos dias para aproveitar o preço especial de R$ 2,00. Se estiver interessado, não pense 2x e aproveite enquanto pode.

Lembrando que é possível ler os ebooks da amazon mesmo sem um Kindle, no seu PC, android, Iphone ou Tablet.



quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Feliz ano novo!

Finalmente parei de comer e beber, e agora está na hora de voltar à rotina diária. O ano muda, mas a vida continua, e resolvi colocar a mão na consciência e fazer um agradecimento ao pessoal que ajudou na divulgação do livro O homem sem signo.

Em primeiro lugar, o pessoal do Leitor Cabuloso, blog e podcast sobre literatura. Agradeço bastante a eles pela postagem que fizeram divulgando o ebook, link aqui.

LEITOR CABULOSO – Literatura c/ bom-humor


Em seguida, o pessoal do DELFOS, que anunciou o lançamento também, e fizeram uma propaganda de responsa!!! Somente a sinopse do livro que foi modificada na redação, ao invés de ser a sinopse original, e acabou tendo umas pequenas incongruências com a história do livro. Muito obrigado, e o link pode ser conferido aqui.


E fechando o ano, bem no fim de dezembro, entrei em contato com a Bruna do Livros de Cabeceira e firmei parceria com ela. Super gentil, ela anunciou a parceria e também prometeu resenha, que vou esperar ansiosamente!!!! Link



Para finalizar, gostaria de comemorar a milésima visualização aqui do blog, principalmente por não ser um blog "comercial", então eu não saio buscando leitores, apenas mostro para os amigos e conhecidos da internet. Obrigado e espero escrever mais posts que em 2012, com certeza será uma tarefa fácil de realizar, hahaha.