sábado, 21 de novembro de 2015

Lista de livros resenhados

Último adicionado: A última chave.

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A –
Alameda dos pesadelos, de Karen Alvares
Ana Lúcia Merege 1 e 2
O andarilho das sombras, de Eduardo Kasse
O apanhador no campo de centeio, de J.D. Salinger

B –
A batalha de Agerta, de Lívia Stocco
Bukowskianos, de Murillo Magaroti
A bússola de ouro, de Philip Pullman

C –
O caso de Chalers Dexter Ward, de H. P. Lovecraft
O castelo das águias, de Ana Lúcia Merege
Cidadão 8.5.1, de Rob Stalisz
Cirilo S. Lemos
Coisas frágeis 1, de Neil Gaiman
CONTOS DIVERSOS 1 2 3 4

D –
Deuses esquecidos, de Eduardo Kasse
Os doze guardiões da luz, de Luiz Henrique Batista
O dragão de gelo, de George R. R. Martin

E –
O espadachim de carvão, de Affonso Solano
Eric Novello
Extraordinário, de R. J. Palacio

F –
A faca sutil, de Philip Pullman
O feiticeiro de Terramar, de Ursula Le Guin
Frankenstein, de Mary Shelley

G –
Gabriel, de Claudio Parreira
Garota exemplar, de Gillian Flynn
O gigante enterrado, de Kazuo Ishiguro
Guardians volume 2, de Luciane Rangel
Guerra Justa, de Carlos Orsi
Guerra nos nove mundos, de Jacó Galtran

H –
Um homem superior, de Machado de Assis
Horror em gotas, de Karen Alvares
Horror na colina de Darrington, de M. V. Barcelos

I –
A idade do sangue, de Ju Costa
O idiota, de Fiódor Dostoiévski
A ilha dos ossos, de Ana Lucia Merege
Mistborn - O império final, de Brandon Sanderson

J –
A jornada de um herdeiro - A adaga de dois gumes, de Vanessa Nilo

K –

L –
A lenda de Ruff Ghanor: O garoto-cabra, de Leonel Caldela
A Liga dos Artesãos, de Lauro Kociuba
Limbo, de Thiago d'Evecque
A luneta âmbar, de Philip Pullman

M –
Madame Bovary, de Gustave Flaubert
A Menina - Uma vida à sombra de Roman Polanski, de Samantha Geimer
Menina bonita bordada de entropia, de Cirilo S. Lemos
As mentiras de Locke Lamora, de Scott Lynch
Misery - Angústia, de Stephen King
O mistério da estrela - Stardust, de Neil Gaiman

N –
O nevoeiro, de Stephen King

O –
Os objetos supremos, de Lívia Stocco
O oceano no fim do caminho, de Neil Gaiman 
Olhos de dragão, coração de fênix, de Márcia Albuq

P –
O processo, de Franz Kafka

Q –

R –
Revista Trasgo 1 2 3 4
A revolução dos bichos, de George Orwell

S –
A senhoria, de Roald Dahl
Sentimentos à flor da pele
Silo, de Hugh Howey


T –
O Tesouro de Caularom, de Lívia Stocco
A trilogia Dupin, de Edgar Allan Poe

U –
A última chave, de Camila Guerra
Os últimos casos de Miss Marple, de Agatha Christe
Unncharted: o quarto labirinto, de Christopher Golden

V –
A velha casa na colina, de Fábio Barreto

W –

X –

Y –

Z –





Abandonei: A lenda de Ruff Ghanor: O garoto-cabra, de Leonel Caldela





Estou largando a leitura no quarto capítulo; realmente me decepcionei, pois o saldo das resenhas na amazon, loja onde comprei o ebook, é extremamente positivo. Mas comecei mais decepcionado do que fiquei quando cheguei no quarto capítulo. O prólogo "O devorador de mundos" é horroroso, parece escrito por amador (pode ser lido gratuitamente na página da amazon, online) e quasse larguei ali mesmo. Dei uma segunda chance e continuei para ver uma melhora gigantesca no texto do primeiro capítulo, mas continuei achando erros graves na escrita.
Gostei muito do cenário, porém o vocabulário me incomodou demais. Não é pobre, pelo contrário, há palavras utilizadas no texto que não são de uso comum, entretanto faltou exatidão no uso das mesmas. Para exemplificar, este é um trecho de finalização da apresentação de uma caverna sombria, de importância ímpar e cuja entrada é vista como um tabu pela população local:


"A montanha ficava atrás do mosteiro, e os clérigos quase nunca tinham razão para se aventurar por lá"

O verbo aventurar-se tirou o sentido que vinha sendo construído, mas o que estragou com tudo mesmo foi dizer que os clérigos QUASE NUNCA TINHAM RAZÃO PARA IR LÁ. A escolha errada de palavras acabou com a coerência do que tinha sido dito.
Abaixo, dois exemplos em que o autor trata o leitor como criança, e digo isso em tom de crítica porque sei que o livro não foi escrito para o público infantil:

"Não sabemos de onde veio, apenas que os deuses, ou o santo, colocaram-no em nosso caminho com um propósito específico. Mas, fosse qual fosse sua vida antes do incidente no túnel, você parece um menino que nunca teve uma família antes. Agora tem, está cercado de pessoas que o amam, e então apareço eu e jogo toda uma nova família sobre você. É demais, não?"

"Naquela época, havia um rei, e por isso as pessoas podiam viver a vida em paz. Podiam planejar, ter filhos, esperar pelo dia seguinte, pelo ano seguinte. Havia um rei, e por isso as pessoas tinham futuro. Era um rei dotado de poderes assombrosos. Capaz de vencer qualquer inimigo com uma combinação de força e magia. Seu sangue era poderoso, carregava uma bênção, um traço arcano, algo que o tornava mais que um mero mortal. Escolheu como sua rainha a mais brava guerreira de todas as terras, e ambos tiveram muitos filhos, que herdaram a coragem e o poder de seus pais."

Na primeira, é recontada toda a história dos dois capítulos anteriores. Desnecessário e irreal.
Na segunda citação, além da cacofonia do parágrafo como um todo, é novamente feita a explanação de algo que poderia ser inserido de forma muito mais orgânica, mas o autor preferiu meter o infodump precedido de travessão e fazer um diálogo preguiçoso e, novamente, irreal.
A história de Ruff Ghanor, na minha opinião, não merece ser chamada de lenda.






sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Impressões: Gabriel, de Claudio Parreira



Após longo hiato, finalmente uma resenha. O livro é Gabriel, do autor Claudio Parreira.




Tendo como companheiros um ex-poeta bêbado e filosófico, uma mocinha nada virtuosa e centenas de retratos de Marilyn Monroe, o leitor descobrirá em Gabriel, romance de Claudio Parreira, que nem tudo é o que parece, que o Sagrado muitas vezes veste as calcinhas do Profano e que o pecado, nem sempre, conduz ao inferno.
2.011 anos depois da sua mais importante missão, o anjo Gabriel é mandado novamente à Terra pelo Supremo com mais uma incumbência.
Gabriel, porém, não é mais o mesmo. Os homens mudaram. Ao anjo não interessa mais as coisas do Céu, e a Terra com a qual se depara parece ter sido abandonada definitivamente por Deus.
Dividido entre a fé e a indignação, o desejo e a raiva, Gabriel vaga por uma cidade sombria e em constante mutação, experimentando — e também curtindo — os absurdos da modernidade.


Aqui é bom dar uma ideia geral do plot, que na sinopse não chegou a ser explicado: Deus resolve mandar Jesus novamente ao mundo dos homens e precisa que Gabriel vá fazer a anunciação à Maria, uma prostituta de gênio forte e vivência urbana muito grande, escolhida pelo Supremo para a maternidade. Num cenário tão avesso à missão, Gabriel passa por transformações e a simples tarefa se desenrola em uma trama muito inesperada.

A narrativa é cômica, narrada em terceira pessoa e com palavreado leve, fácil de acompanhar e que proporciona a rápida passagem de páginas. Por ser uma fantasia urbana, o estilo casa bem os trejeitos brasileiros de agir, falar e pensar das personagens (divinas ou humanas) com o cenário apresentado para a trama: uma cidade sem nome, mas cujos locais podem ser facilmente identificados por qualquer um (igreja católica, apartamento baixa renda, clínica de reabilitação, etc). A melhor parte, no entanto, está nos diálogos, é na dinâmica das conversas que achei os momentos mais engraçados da trama, e inclui-se aí os monólogos mentais de Gabriel. Um trabalho sensacional de caracterização e humor ácido.

Cada personagem é apresentado com descrições físicas precisas, mas antes de chegar no meio do livro é perceptível que elas nem se fazem necessárias para o entendimento, de tão diferentes e marcantes que são as ações e personalidades. Assim, as descrições servem mais como referências para que o leitor imagine as figuras a partir de alguém conhecido (e acredite, por mais bizarros que os personagens sejam, sempre dá para atrelar eles à alguém do dia-a-dia). O fato de serem poucos personagens é um ponto a favor nesse sentido; Gabriel, Aldo, Maria, Embaixador e os poucos mais que fazem a história são suficientes para segurar a atenção do leitor e tirar riso de diversas maneiras.

As descrições são vagas e focam em elementos soltos de cenário ou vestuário. No caso das personagens a ausência de detalhes se compensa pela interação, mas na parte do ambiente há um extremo espaço vazio que precisa ser imaginado pelo leitor ou ficará vazio mesmo. Enquanto lia, não extrapolava nada do texto, e ao terminar fiquei com uma impressão bem peculiar sobre a obra. Da mesma forma que há livros fáceis de associar à mídia do cinema, a falta de cenários detalhados (e próprio teor da trama) me fizeram crer que Gabriel seria magistralmente bem adaptado para uma peça teatral.


O que gostei
-Personagens psicologicamente bem definidos, e sempre peculiares
-Linguagem simples, fácil de prender o leitor

O que não gostei
-Supremo e Vermelho são duas grandes decepções

Considerações finais
Gabriel é um livro que confirma o talento de Claudio Parreira, seu tom cômico e incrível trabalho de construção de personagens. A trama não tem pretensões grandiosas, e entretém com facilidade o leitor, apresentando um tema, que a princípio pode parecer sério, sem nenhum tipo de delicadeza; um livro escrachado e que não se leva a sério desde a primeira frase.