terça-feira, 3 de março de 2015

Impressões: Astronauta Magnetar, de Danilo Beiruth e Cris Peter


Estreando as HQs aqui no meu espaço de resenhas, nada mais oportuno que uma Graphic Novel inovadora, inusitada, premiada e aclamada. O quadrinho que inaugurou o selo de histórias adultas do Maurício de Souza: Astronauta Magnetar.


Astronauta: Magnetar

A história segue a rotina do personagem Astronauta em uma investigação cósmica sobre o magnetar, uma das "fases" da vida de uma estrela. Pois a operação, por descuido do Astronauta, dá errado e ele se vê preso na órbita da estrela e sem possibilidade de comunicação; resta a ele só esperar por resgate. Mas a que ponto ele aguentaria ficar isolado e se manter são?

A HQ usa conceitos muito profundos de solidão e como ela afeta a psiquê humana, implicando paranoia e até certo grau de loucura, alternados com lapsos de lucidez em que o herói se vê cada vez mais perdido e sem esperança. A salvação dele acontece como também uma forma de redenção, já que no período de isolamento ele recorda de várias passagens da vida em que suas atitudes foram individualistas - até egoístas - e o arrependimento bate quando ele pensa ser tarde demais.

A parte técnica dispensa comentários. Danilo Beyruth mostra seu traço caraterístico e, apesar do roteiro seguir uma linha simples e com recursos já desgastados, a narrativa visual compensa e extrapola na qualidade, mostrando que o quadrinho é uma arte própria, capaz de surpreender com seus artifícios. As cores de Cris Peter também impressionam, dando aquele tom de beleza cósmica às ilustrações.

Por fim, fico feliz de ter lido esta história, que certamente já se tornou um marco na produção nacional de quadrinhos, com merecimento. As referências são inúmeras, então quem gosta de reler e ficar analisando terá um ótimo passatempo extra.





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