segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

O fascínio pelo imaginário





Estou retomando as atividades no blog e deixo aqui o registro de uma renovada convicção em ler, divulgar e promover as obras de literatura de ficção fantástica. O motivo da retomada não poderia ser mais pueril: fui fascinado por um filme de super-herói, e não qualquer herói, mas o que foi motivo de piada por várias décadas, o Aquaman.

Há tempos parei de assistir filmes da leva hollywoodiana de adaptações de quadrinhos, por várias razões, mas quase todas de natureza criativa. As películas vinham se repetindo, ou viraram comédias com cenas de ação sem comediantes no elenco (reduzindo comédia a diálogos entupidos de frases irônicas e nada mais), ou viraram mídia de propaganda política eleitoral, ou se tornaram objeto de desconstrução (que sabotou qualquer motivo para o planejamento do filme, para início de conversa), e nesse último critério incluo meus dois heróis favoritos, Superman e Batman. Mas não o Aquaman! Em Aquaman eu encontrei um cinema genuíno de heroísmo e diversão, aliado a maravilhosas tomadas e um roteiro primorosamente compreendido pelo elenco. E, claro, muito do fascínio se deve ao trabalho visual, tanto de figurino quanto dos efeitos especiais, que deram vida à estonteante Atlântida do mundo dos quadrinhos, mas não só ela! Cem por cento dos ambientes foram maravilhosamente escolhidos para compor o cenário da história de Arthur Curry. Minha ligação com o mar e com o fantástico se misturaram no filme, e a faísca criativa inflamou algo maior enquanto eu assistia ao terço final da história, fazendo claro como água cristalina o meu desejo de voltar a inventar aquele tipo de experiência maravilhosa.

Eu não me esqueci do que transformou em desgosto presença da literatura fantástica na minha vida, nem das condições adversas do gênero aqui no Brasil, nem das pessoas que envenenaram minha visão para o estilo, mas eu quero passar por cima de tudo isso e acreditar que é possível esperar o impossível.










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