domingo, 2 de março de 2014

Impressões: Angústia, de Stephen King


Mais um livro do SK aqui, quem diria que o terceiro livro viria para o blog tão rápido, tendo o primeiro sido uma grande decepção, hein... A verdade é que veio mais por teimosia que outra coisa; os fãs do King são aqueles bem chatinhos, e sempre em listas de discussão vinha um para encher a bola dos livros dele. Eu, contrariado por não achar ele lá essas coisas, acabei retomando o autor para tirar a prova dos nove. Acho que dessa vez eu acertei.

Angústia conta a história de Paul Sheldon e Annie Wilkes, respectivamente um escritor famoso e sua fã número um. O pobre escritor está viajando após ter concluído mais um livro e sofre um acidente de carro. A pessoa que o encontra e resgata do acidente é ninguém menos que a enfermeira Annie Wilkes, que se nega a levar o autor para um hospital e começa a tratá-lo em sua casa isolada da cidade mais próxima. A angústia referida no título cai sobre Paul, que vê sua vida se transformar num inferno ao ser aprisionado por uma louca que o força a escrever um novo livro da sua série favorita, em meio a tortura psicológica e física.

O que gostei:
- A história é simples e bem conduzida, o plot não dá muita margem para buracos no enredo e facilita a vida do leitor em não dar margem para ele se perder na narrativa
- O livro tem apenas 2 cenários: a casa de Annie e o livro que Paul escreve enquanto é mantido preso, achei isso muito interessante e permitiu o autor focar quase inteiramente na psique dos personagens (inclusive fazendo essa psique se transpor no segundo cenário, que é literalmente um mundo dentro da cabeça de Paul).
- Personagens interessantes.
- O livro realmente me prendeu, eu queria saber como a história ia terminar, ponto para o King, que só fez isso comigo no terceiro livro.

O que não gostei:
- Muita enrolação. Talvez pela história ter um cenário apenas, acabou que me deixou agoniado para ver aquilo terminar de uma vez e sair logo do quarto-prisão.
- Diálogos puxam para algo caricato em vários momentos.
- O King brinca com a forma, usando pontuação, a separação de capítulos e até a transição entre mundo real/livro de Paul como bem entende, e se vale do fato do personagem muitas vezes estar drogado para quebrar as regras de construção. Me confundi demais nesses momentos.

Considerações finais: O SK finalmente me fez entender o que o torna tão famoso. O livro é satisfatório; mesmo não me fazendo virar um fã, sei do talento do autor e provavelmente gostarei dos trabalhos mais famosos dele (Cemitério, Carrie, etc), mesmo que ainda não tenha intenção de lê-los tão cedo. Os pontos que não gostei no livro, quase que desconsiderei, pois eles me fizeram passar justamente pelo que o livro tanto se esforçou em mostrar naquele período da vida de Paul Sheldon: angústia.

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