Recebi o livro autografado e acompanhado de um material espetacular de divulgação, o que me deixou com uma ótima impressão inicial. Minha opinião sobre o romance de estreia de M. V. Barcelos vem logo abaixo da sinopse:
Você acredita em fantasmas? Ben Simons é um rapaz órfão de 17 anos que vai para a casa dos tios ajudar a cuidar de sua priminha Carla após a tia ter sofrido um derrame. Apesar da infeliz situação de tia Julia, Benjamin esperava que a Colina de Darrington fosse um lugar de certa tranquilidade. O que encontra, porém, é uma trama de terror e sangue, cujo único propósito é a conquista de um poder absoluto e inimaginável por meio de forças malignas. A casa esconde segredos terríveis e sombrios. Conheça os caminhos mais tortuosos da mente humana e descubra até que ponto alguém chega para salvar a vida de um ente querido neste intrigante amálgama de suspense e terror sobrenatural. Onde termina o inferno e começa a realidade? Junte as peças e descubra. Sem dúvidas, esta é uma história para aqueles que não têm medo do escuro e de todo o mal que nele habita.
Horror na colina de Darrington é uma novela de poucas páginas e enredo intenso, feita na medida certa para ser lida de uma vez só. A narrativa em primeira pessoa, quase epistolar, se alterna em alguns momentos com matérias de jornais, relatórios policiais e até transcrições de documentário, fazendo da história uma espécie de quebra-cabeças, um mistério policial a ser desvendado. Particularmente essa é um estrutura de enredo que gosto muito, e aqui só abrilhantou o suspense do livro, seu ponto mais forte. A confusão de Ben, ao se dar conta de fenômenos sobrenaturais e dos presságios que eles anunciam, é crível e a identificação com o personagem é quase imediata, apesar do pouco que sabemos dele. E da mesma maneira, sem muitos aprofundamentos em passado (ou mesmo características físicas), é possível formar a imagem de cada um dos personagens na trama.
O número reduzido de pessoas ajuda, mas é o papel de cada um na história que define o perfil e fixa sua imagem na cabeça do leitor, e não digo isso à toa: cada evento que ocorre é um choque, um degrau de escadaria para que possamos saciar nossa vontade de ver o desfecho. Não há espaço para tergiversar, e essa concisão foi um dos pontos altos do livro. A narrativa é direta, os cenários são poucos e são poucos agentes, mas as informações são muitas, abalando a descrença de Ben e levando-o numa sequência de escolhas difíceis e contagiando o leitor por tabela.
O ponto fraco do livro são os diálogos. Apesar das falas de Carlinha serem bem construídas (que são mais fáceis de criar, por serem de uma criança pequena), o resto dos personagens segue uma linha diretiva que não oscila, e todos parecem falar e agir da mesma maneira, independente de idade, papel na trama ou sexo. O mais evidente disso está nas conversas de Ben com uma personagem feminina, da idade dele e estranhamente formal no linguajar.
Horror na colina de Darrington é uma história rápida para quem gosta de suspense, ação, ocultismo e teorias da conspiração. Recomendo e desejo ver mais do autor, com certeza.
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