segunda-feira, 1 de junho de 2015

Impressões: Os últimos casos de Miss Marple, de Agatha Christe


Pela primeira vez li um livro da Agatha Christie, e posso dizer que minhas expectativas foram alcançadas. Li o livro um pouco antes do Mês dos contistas brasileiros, e para entrar no ritmo, preferi usar um livro de contos para conhecer a autora. E não sendo um romance, vou me valer de breves comentários, sem me ater a uma avaliação mais detalhada, como venho fazendo com contos.

31301

Todos os contos usam de narrador impessoal, se me lembro bem, e não há grandes discrepâncias na escrita de um para o outro, de forma que é melhor agrupar contos que merecem os mesmos comentários, já que não vou destrinchar a história de nenhum deles:

Uma piada incomum
O caso da fita métrica
O caso da zeladora
O caso da criada perfeita
Miss Marple conta uma história

Esses cinco contos acho apropriado comentar conjuntamente, pois tratam-se basicamente da mesma premissa: um caso criminal ou um mistério, aparentemente indecifrável ou de solução evidente. Paradoxal? Talvez, mas aí é que entra a genialidade de Miss Marple, a famosa senhora de percepção aguçada que empresta nome ao título do livro. Sempre aparecendo como uma velha senhora indefesa, amigável e insistentemente curiosa, a velhinha não se cansa em surpreender as personagens e o leitor com seu poder investigativo, do tipo que marcou uma era. É claro que hoje as histórias policiais são muito mais esmiuçadas, visando a participação do leitor no descobrimento da solução, mas Miss Marple, como Holmes, fazem parte de uma leva diferente de detetives, de uma estirpe que exala perspicácia por onde passa, e o leitor precisa aprender o seu lugar de expectador, e esperar pela "mágica" proveniente do raciocínio lógico. As histórias seguem este mesmo padrão, com uma escrita fluída e fácil de entender, para qualquer tipo de leitor.


A boneca da modista
Através de um espelho sombrio

Estes dois contos eu preferi separar dos demais, justamente por não conter a presença de Miss Marple, mas principalmente por possuírem um tom sobrenatural na narrativa. Definitivamente foi uma surpresa encontrá-los na coletânea, mas de modo algum decepcionante; pelo contrário, mostrou em um só título a versatilidade da autora, que conseguiu manter seu estilo agradável de construir um mistério - e conservando a solução sendo extraordinária demais, ao ponto de extrapolar as suposições do leitor - em tramas de suspense fantástico.


A extravagância de Greenshaw

Por fim, destaco este conto dos demais, que podia muito bem estar agrupado no primeiro, mas escolhi separar dos demais apenas por ser meu preferido. Se não me engano é o conto mais longo e com maior desenvolvimento, e provavelmente seria um que eu colocaria numa lista de releitura, mas acho que a obra de Agatha Christie é extensa demais para eu me ater a releituras pelo menos antes de conferir outras histórias.






Nenhum comentário:

Postar um comentário