segunda-feira, 16 de junho de 2014

Impressões: A bússola de ouro, de Philip Pullman


Enrolei bastante para começar a ler A bússola de ouro, exatamente pelo mesmo motivo que sempre apresento para adiar as leituras de fantasia: se tratar de uma série. Pois o adiamento teve seu papel, mas uma hora ele precisava acabar, né? E finalmente pude iniciar a aventura  criada por Philip Pullman. Depois da sinopse, fica meu comentário sobre o primeiro livro da trilogia As Fronteiras do Universo.


A Bússola de Ouro

Quando Roger, amigo de Lyra, desaparece, ela e seu daemon, Pantalaimon, resolvem procurá-lo. Viajam para os reinos frios do Norte, onde urso de armadura e bruxas-rainhas voam pelos céus congelados.
Lyra possui um aparelho que auxiliará na missão - caso ela consiga decifrar suas mensagens misteriosas. Mas o equipamento contém segredos assustadores sobre a viagem e os perigos que os esperam em mundos distantes.

Esta sinopse é exageradamente vaga, mas a informação contida nela é verdadeira. Começamos a aventura conhecendo Lyra e Pantalaimon, seu dimon - uma materialização espiritual na forma de diversos animais - na Universidade de Oxford. Descobrimos que é uma garota esperta, levada e curiosa, e numa de suas travessuras acaba tomando parte de uma caçada onde o misterioso aletiômetro, e talvez ela mesma, em dado momento da história,  se tornam o alvo de cobiça por sujeitos proeminentes da política mundial.

O livro nos mostra a corrida de Lyra para entregar o objeto a salvo para seu tio no pólo norte, e desenvolve a trama mediante às descobertas feitas pelo meio do caminho, envolvendo ciganos, bruxas e uma raça de ursos humanóides guerreiros. A história não se conclui, ficando para o final um novo início,obviamente que só será visto no volume 2 da trilogia.

O que gostei:
- A escrita do autor é bastante fluída, e o vocabulário sem rebuscamento ajuda na velocidade de leitura.
- Os personagens são bem definidos, e a trama segue com bastante naturalidade.
- As poucas diferenças entre o mundo fantástico e o nosso mundo são apresentadas pelo narrador impessoal ou por diálogos na trama, e sempre que algo precisa ser lembrado, há uma menção, facilitando o entendimento para leitores mais novos.

O que não gostei:
- Algumas cenas são exageradamente rápidas, enquanto outras se alongam mais que o normal (apesar de não ao ponto de ser algo arrastado), deixando o ritmo muito irregular.
- Lyra possui a síndrome do Batman, que força o escritor, para evidenciar a esperteza dela, a deixar os outros personagens inexplicavelmente burros ou no mínimo inocentes.
- Após a chegada ao centro de pesquisa (cerca de 60% do livro), o enredo se recheia de inúmeras coincidências meticulosamente colocadas na trama para fazer o caminho de Lyra se abrir à frente dela. Sendo um livro infantil, isso até pode ser relevado, mas chegou uma hora em que eu parei e disse: OK, JÁ SÃO COINCIDÊNCIAS DEMAIS!!! E mesmo assim elas continuavam a ocorrer. =(

Considerações finais:
Lido sob olhos despretensiosos, A bússola dourada é uma obra espetacular, de linguagem leve e enredo rápido, capaz de cativar qualquer tipo de leitor. Há um fundo de pesquisa científica e crítica à instituições religiosas, mas que não fazem muito sentido, dada a pouca atenção que a trama lhe reserva. O livro é bom, mas como previsto, não pode ser lido e concluído sem o(s) próximo(s) volume(s).




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