quinta-feira, 14 de março de 2013

Nova alternativa de publicação


Bom, queria deixar claro desde o início que este post não é de revolta com a editora. Feito isso, posso dizer também que não é um post patrocinado nem de propaganda, e que é apenas a minha opinião sobre o que observei.

Agora sem enrolar, vamos ao ponto: A editora Dracaena anunciou um novo selo, exclusivo para autopublicação. Heima é o nome, e o site pode ser acessado aqui http://www.heima.com.br



O que percebi olhando a página, é que a opção de autopublicação, bastante chamativa para novos escritores (e falo isso com conhecimento de causa, pois me encaixo no grupo e pesquiso muito sobre autopublicação) pode não ser algo tão acessível para quem está iniciando. Tomemos por exemplo o pacote mais simples do serviço que a editora Heima oferece.

O autor paga aproximadamente 6 mil reais para publicar 200 livros. Apenas para recuperar o investimento, cada livro precisará ser vendido por 30 reais. Digamos que o autor resolva acrescentar 5 reais ao preço de capa, para seu lucro e separe 20 unidades do livro para distribuição gratuita, visando publicidade e divulgação geral da obra. Só nessa brincadeira, cada unidade do livro não sairá por menos de 39 reais. E é aí que entra o real fator estratégico. Qual livro se vende com um preço de 40 reais? Um livro muito fino com certeza não valeria esse preço pela ótica mais comum, ainda mais se o autor é desconhecido e não há referências dele em outras obras.

A pergunta que fica após esse monte de contas é: valerá a pena recorrer a este serviço? Você tem uma base que vai sustentar a produção do livro e pagar o investimento, ou vai apenas estocar 200 livros no fundo do guarda-roupas?



Para não deixar o texto totalmente pessimista, vejamos o lado bom da iniciativa. A Dracaena já tem uma boa visibilidade no mercado, e é de se esperar que o novo selo siga este rumo. As capas (serviço incluso no pagamento) são muito lindas. Eu considero as capas da Dracaena as mais bonitas do mercado brasileiro, e isso deve ajudar na hora de conseguir alguns consumidores.

E agora? Será que vale a pena investir?

Com certeza deve valer, mas não renderá frutos caso o autor não se empenhe muito em seu trabalho, e estou falando do trabalho ALÉM da escrita. Boa sorte à Heima e aos autores que se interessarem!

2 comentários:

  1. O mercado brasileiro tem muuuuuito a melhorar. Acho um absurdo um autor ter que pagar pra sua obra ser publicada, já que em outros países os editores pagam para os escritores escrever. Há uma falta de confiança muito grande entre editores brasileiros e autores. Espero urgentemente que isso mude.

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    1. O modelo de negócio das editoras se enquadrava numa política até "nobre": publicar um livro de massa, com grande margem de lucro, para poder custear a publicação de livros de menor alcance, porém que o editor avaliasse ter qualidade literária. Hoje em dia, parece que o livro precisa antes de tudo ser "vendável". Isso é ainda mais perceptível aqui no Brasil, que é um mercado consumidor pequeno, quando se fala em livros. Basta ver qual é a modinha do ano. A onda dos vampiros veio, e choveu livro de vampiro, agora está vindo das fadas, anjos e demais seres sobrenaturais "do bem". Tanto livro com essa temática entupindo as livrarias. Se antes faltava diversidade nas livrarias brasucas, agora ela vem em períodos sazonais.

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