sábado, 29 de março de 2014

Impressões: Horror em gotas, de Karen Alvares

O texto de hoje é sobre um livro de contos, Horror em gotas, da Karen Alvares. Não é o primeiro trabalho da autora mencionado no blog, um tempo atrás li e postei minha opinião sobre Noites negras de natal, mais uma coletânea de contos de terror. Admito que não queria fazer esse post do jeito tradicional, enumerando os pontos positivos e negativos, até porque este ebook é muito diferente das outras coisas que li aqui. São MUITOS contos diferentes, com temas diversos e qualidade variável, obviamente. Sendo assim, vou deixar um comentário geral do ebook, sem apontar esse ou aquele conto em especial, e no fim, enumerarei os contos que achei bons, normais e ruins. Acho que vou fazer o mesmo quando finalmente terminar de ler a coletânea H. P. Lovecraft, que por sinal é bastante parecido com o livro do post de hoje. 






“Vou lhe contar uma história, mas você tem que prometer não contar a ninguém. Queime esses papéis.”

Horror em Gotas reúne 30 contos de terror, uma gota por dia, um pesadelo por noite, para que você sinta o horror desses personagens na própria pele. Tranque as portas. Apague as luzes. Não olhe para trás. O medo está à espreita e o seu tempo está acabando. Tique. Taque.

Horror em gotas é uma coletânea de contos de terror - gênero que parece ser a especialidade da autora - notável pela sua diversidade. Em meio aos 30 contos presentes, o leitor vai encontrar desde narrativas sobrenaturais e contos de dark fantasy a crônicas de suspense, o que eu achei bem coerente por parte da autora, que já tem seu nome em diversas publicações nesses gêneros. Ela sabe que é boa nisso e foca sua produção nesse público, uma atitude sábia, que implica crescimento e melhoria na escrita.

Uma coisa que percebi lendo Lovecraft, é que eu não me assusto com literatura de horror. Gosto da tensão, e observo mais a escrita e a criatividade no texto, que propriamente nos momentos de impacto, e para a minha felicidade, Horror em gotas tem uma boa quantidade de contos com essa pegada menos explícita e mais psicológica. Ao terminar o livro, o que senti é que a autora fez um bom trabalho, tanto na escrita quando na edição - um livro com tantos contos ficaria complicado de se ler no Kindle sem um índice ativo, e felizmente Horror em gotas tem um - e consegue entreter os entusiastas de terror, sejam eles adeptos à literatura visceral, tensão psicológica ou até os vidrados em tramas abstratas, confesso que simpatizo bastante com essas narrativas que exploram além da lógica e da racionalidade. Abaixo vou fazer a lista dos contos, com os que gostei em azul e os que não gostei em vermelho.


Dona aranha +++
Monstro +
O perfume da morte
A estrada
Focinho de porco
Até o fim +++
Tique taque
Céu de diamante
O filho maldito +++
A confissão ++
O sorriso +++

Azul
Na estrada da vida
Você é um demônio
O celular
Doze
Um homem sem rosto
Vermelho vivo e  morto
Experimental
Frequência infernal
A caixa mágica
No final do túnel
Sufocando
O silenciador
Homem três

Reino da morte - -
Game over
O túnel
Invisível (Gostei deste conto, mas não vi terror nele)
Grito sufocado - - -


Considerações finais: O livro, como toda coletânea, tem seus altos e baixos. E devo dizer que  há contos da Karen Alvares que são melhores que as leituras que fiz do Stephen King. Nos últimos meses li alguns livros dele, e sabendo que ela é fã do SK, devo dizer que essa massagem no ego foi merecida. Parabéns, Karen.




segunda-feira, 17 de março de 2014

Impressões: Olhos de Dragão - Coração de Fênix, da Márcia Albuq


Conheci esse livro por divulgação da autora no facebook e a sinopse me fisgou de primeira, provavelmente porque eu tenho uma tendência a me interessar por coisas da China antiga. Infelizmente o livro não alcançou a minha expectativa. Em ODCF conhecemos a vida de Shi, o imperador chinês, e sua personalidade um tanto melancólica. O livro é narrado em primeira pessoa, então vemos tudo pelos olhos de Shi, OU NÃO, pois às vezes o narrador se torna onisciente, o que causa certa estranheza na leitura. Um belo dia, esse imperador se apaixona por um dos seus soldados e a sua vida triste ganha cores, força e um propósito pessoal Essa guinada é o que leva toda a trama, fazendo com que esse soldado em especial receba várias honras e regalias por parte do imperador.


De repente o foco do livro muda de Shi para este soldado, Zheng, e a trama segue seu rumo com ele sendo o protagonista, mas novamente não existe um grande problema, o livro continua apenas contando o dia a dia de Zheng, que também se apaixona lá pelo meio do livro e a história vira um grande dramalhão mexicano (só que chinês). O final da história surpreende, mas só convence os leitores mais coniventes, de forma que o livro parece, do início ao fim, aquela história corriqueira que você ouve sua tia contar numa tarde qualquer sobre algum conhecido que você não dá muita importância.

Sobre a escrita, a autora pecou demais na construção frasal quanto à tempos verbais, ela mistura presente e passado constantemente nas cenas, o que, se não estiver incorreto, fica no mínimo mal estruturado. Mesmo assim, o maior erro é de longe a utilização das vírgulas; ausentes quando necessárias e presentes sem motivo, elas acabam com a vontade de ler o livro. Olhos de Dragão - Coração de Fênix, se corrigisse os erros gramaticais, ainda sim seria um livro mediano, uma pena para uma autora iniciante, que deveria se empenhar em trabalhar mais o seu texto antes de se lançar no mercado (mesmo o independente).

O que gostei:
-As descrições de cenário, ainda que vagas, conseguiram me convencer.
-O final, mesmo forçado, me surpreendeu.

O que não gostei:
-A revisão (praticamente inexistente).
-Falta de ritmo, ou até de uma trama mais convincente.
-Personagens unidimensionais (eu até gosto quando são assim) que mudam de atitude de uma hora para outra, sem qualquer explicação.

Considerações finais: O livro é fraco, e deixou aquela sensação de decepção e descrença , pois na amazon não faltou gente recomendando e dando 5 estrelas. Puro engodo.





quarta-feira, 5 de março de 2014

Desistências e novos começos

Logo após encerrar a leitura de Angústia do SK, já comecei março bem, abandonando um livro... É triste, mas estou falando de Eugênia Grandet, um clássico do famoso Honoré de Balzac. Fiquei muito relutante em largar este livro, pois me identifico muito com Balzac em termos de comportamento enquanto escritor (o que não é algo para se gabar, mas como diz uma amiga minha: FAZER O QUÊ...), e gostaria de poder adorar esse escritor do mesmo jeito que fiz quando conheci outro clássico, Dostoiévski. Mas a vida tem dessas! Comecei o livro, e sem sombra de dúvidas é muito bem esrito, mas 2 coisas me fizeram desistir: o estilo verborrágico e descritivo à enésima potência foi um motivo. Somado ao linguajar de época, esse fator pesou muito na minha decisão, e não é a primeira vez que isso acontece; até hoje não concluí Senhor dos Anéis e nem tenho a intenção de fazê-lo.

      

O segundo motivo é a estrutura que o autor criou para sua obra: os livros de Balzac formam um enorme conjunto de obras interligadas (não necessariamente no enredo, mas tematicamente), o que automaticamente ativa o alarme da preguiça no meu cérebro, um instrumento obscuro e inacessível que por volta e vez me avisa quando abrir mão de alguma coisa pela comodidade. Desse tipo de obra já me basta ONE PIECE, Balzac. Quem sabe um dia eu retorne a você, tenho sim esse desejo, mas falta a vontade de realizá-lo.

Assim sendo, a fila andou e minhas leituras agora são essas: Coletânea de histórias de Lovecraft, livro que estou lendo HÁ UM SEMESTRE OU MAIS; Horror em Gotas, coletânea de contos da Karen Alvares, escritora contemporânea e iniciante que acompanho faz um tempo. Tenho até que ver o jeito que vou fazer a resenha desse livro, pois já passei da metade e provavelmente não vou opinar sobre cada conto individualmente; e a minha aposta para autores independentes da vez, Olhos de Dragão - Coração de Fênix, livro da iniciante Márcia Albuq. Me fisgou pela sinopse, comecei ele ontem.

      

É isso, para fechar, deixo avisado que iniciei o Book Tour do meu livro O homem sem signo, aguardem novidades a respeito.







domingo, 2 de março de 2014

Impressões: Angústia, de Stephen King


Mais um livro do SK aqui, quem diria que o terceiro livro viria para o blog tão rápido, tendo o primeiro sido uma grande decepção, hein... A verdade é que veio mais por teimosia que outra coisa; os fãs do King são aqueles bem chatinhos, e sempre em listas de discussão vinha um para encher a bola dos livros dele. Eu, contrariado por não achar ele lá essas coisas, acabei retomando o autor para tirar a prova dos nove. Acho que dessa vez eu acertei.

Angústia conta a história de Paul Sheldon e Annie Wilkes, respectivamente um escritor famoso e sua fã número um. O pobre escritor está viajando após ter concluído mais um livro e sofre um acidente de carro. A pessoa que o encontra e resgata do acidente é ninguém menos que a enfermeira Annie Wilkes, que se nega a levar o autor para um hospital e começa a tratá-lo em sua casa isolada da cidade mais próxima. A angústia referida no título cai sobre Paul, que vê sua vida se transformar num inferno ao ser aprisionado por uma louca que o força a escrever um novo livro da sua série favorita, em meio a tortura psicológica e física.

O que gostei:
- A história é simples e bem conduzida, o plot não dá muita margem para buracos no enredo e facilita a vida do leitor em não dar margem para ele se perder na narrativa
- O livro tem apenas 2 cenários: a casa de Annie e o livro que Paul escreve enquanto é mantido preso, achei isso muito interessante e permitiu o autor focar quase inteiramente na psique dos personagens (inclusive fazendo essa psique se transpor no segundo cenário, que é literalmente um mundo dentro da cabeça de Paul).
- Personagens interessantes.
- O livro realmente me prendeu, eu queria saber como a história ia terminar, ponto para o King, que só fez isso comigo no terceiro livro.

O que não gostei:
- Muita enrolação. Talvez pela história ter um cenário apenas, acabou que me deixou agoniado para ver aquilo terminar de uma vez e sair logo do quarto-prisão.
- Diálogos puxam para algo caricato em vários momentos.
- O King brinca com a forma, usando pontuação, a separação de capítulos e até a transição entre mundo real/livro de Paul como bem entende, e se vale do fato do personagem muitas vezes estar drogado para quebrar as regras de construção. Me confundi demais nesses momentos.

Considerações finais: O SK finalmente me fez entender o que o torna tão famoso. O livro é satisfatório; mesmo não me fazendo virar um fã, sei do talento do autor e provavelmente gostarei dos trabalhos mais famosos dele (Cemitério, Carrie, etc), mesmo que ainda não tenha intenção de lê-los tão cedo. Os pontos que não gostei no livro, quase que desconsiderei, pois eles me fizeram passar justamente pelo que o livro tanto se esforçou em mostrar naquele período da vida de Paul Sheldon: angústia.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Impressões: Menina bonita bordada de entropia, de Cirilo S. Lemos

Desde que comprei o kindle, tenho lido muito mais do que era costume, e leiam "muito" no sentido mais superlativo que a palavra puder significar. Pela portabilidade, comecei a ler também fora de casa, em filas e bancos públicos, mas isso não era muito frequente devido à aparência dele ser atrativa a larápios, ainda que seu uso não. Tudo mudou quando resolvi instalar o app do Kindle no meu celular: passei a ler bem mais nas tais filas e bancos sem a preocupação de levar outro aparelho, ainda que portável. E o alvo de leitura também mudou, antes eu saía com o kindle e continuava a leitura que fazia em casa, agora uso o celular exclusivamente para uma leitura rápida, de contos e textos menores. Foi nessa minha (já não tão) nova rotina de leitura que acabei lendo o conto do Cirilo, que por sinal está bem barato na amazon. Vamos às minhas considerações.

Menina Bonita Bordada de Entropia

Sinopse: Uma embarcação da Sociedade Tecnocrata, repleta de demônios pescadores, resgata do leito lamacento do mar uma Menininha. A ideia é devorá-la, como a iguaria que é. Mas o Capitão, um autômato classe Norton e funcionário exemplar, prefere obter a autorização da empresa antes. Cercada por demônios e robôs, que chance pode ter uma adorável Menininha?

A sinopse é curta e direta, mas resume bem tudo do enredo do conto. Sim, é basicamente uma menininha robótica sendo resgatada por um barco com demônios/robôs, e a conclusão desse encontro inusitado, que também é rápida e bastante simplória. A pobreza do enredo só ajuda a exaltar a principal qualidade do conto: o estilo de escrita do autor. Não tenho certeza se esse é o estilo costumeiro do Cirilo ou se ele estava fazendo experimentações com o conto, afinal é o primeiro texto dele que leio, mas o resultado é excelente (e ouso dizer até raro). A escrita dele se encontra num meio termo razoável, que não é completamente direto e narrativo, mas foge à densidade exacerbada e cansativa da maioria dos textos mais rebuscados. É simples, no entanto, poético. Recomendo contundentemente que leiam.

O que gostei:
- Escrita primorosa
- Descrição de cenário eficaz, que deixa curiosidade sem fazer o leitor se confundir ou se interessar mais pelo mundo que pela história
- Estrutura do texto simples bem montada

O que não gostei:
 Não consegui ver nenhum defeito no conto

Considerações finais:
Aprovado com louvor, Menina bonita bordada de entropia é um ótimo conto, e indico para qualquer leitor, independente de gostos literários. Achei um erro ortográfico apenas, e o preço do ebook é muito barato. COMPREM. Pretendo algum dia ler mais coisas do autor.






quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Impressões: Revista Trasgo #1


Dando continuidade à minha seção de opinião, vou fazer uma resenha da Revista Trasgo número 1. Iniciativa louvável do Rodrigo van Kampen para a disseminação da leitura de ficção, mas não é isolada; vários projetos parecidos estão surgindo concomitantemente - como a Pulp Feek - o que é excelente para o cenário de fantasia e ficção científica nacional. Friso bem "fantasia nacional" pela riqueza da mesma, que abrange não só a fantasia internacional, da qual somos consumidores, como também a criação de histórias originais pautadas em uma vivência local dos autores e a utilização do nosso folclore como fonte de idéias. A Trasgo reflete bem essa mistura e abundância de conteúdo heterogêneo. Achei pouquíssimos erros, alguns claramente de digitação, e a edição foi excelente, uma grata surpresa para mim no kindle - ambiente em que até os ebooks profissionais podem ter uma diagramação fraca. Como são poucos contos, comentarei cada um individualmente.






Ventania, de Hális Alves,  traz um conceito interessante, um tipo de Mad Max nordestino. Somos apresentados a um cenário pós-apocalíptico bem interessante, onde Ventania é um reduto autosuficiente na forma de uma fortaleza/moinho-de-vento. A escrita da parte de ação no final do conto me pareceu muito confusa, não sei se foi intencional pela cena, mas não curti. Espero ver mais alguma coisa do autor neste universo, que achei bem promissor.



Azul, da Karen Alavars, eu pulei, pois já tinha lido anteriormente. Procurei minha opinião sobre o conto e não lembro aonde postei, mas em poucas palavras, é um conto de terror psicológico bastante abstrato (característica que adoro e uso bastante) e se encaixa muito bem no gênero horror. Só lendo para sentir, e só depois, entender.



Náufrago, de Marcelo Porto, é meu conto favorito. Talvez por eu ter andado tanto de ferry boat em Salvador, me identifiquei com muita facilidade, e mesmo sendo minuciosamente crítico com viagens temporais, neste caso não me senti incomodado. Parabéns ao Marcelo.



Em Gente é tão bom, de Claudia Dugim, encontrei um conto de um humor "cinzento", quase negro, algo que gostei logo de cara. A autora fez uma caracterização muito boa da personagem egoísta, gananciosa e até sádica. Não me tirou risadas, mas me prendeu e conquistou o meu ódio para com a repulsiva personagem principal.


Sobre A torre e o dragão, de Melissa de Sá, acho que é o conto mais longo da revista. Uma fantasia tradicional vista por uma ótica diferente. Gostei do estilo da Melissa de Sá; não é uma escrita densa nem leve, é um meio termo saudável que consegue agradar aos dois públicos. Conta a clássica história da donzela raptada, reestruturada neste conto de final surpreendente.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Feliz ano novo! E algumas leituras.

Após um longo hiato, cá estou para desejar um bom 2014 a quem por aqui passar. E claro, sem delongas, vou falar de duas leituras que fiz nesse fim de ano, confiram a seguir.



O ebook de terror da vez foi o Branca dos mortos e os sete zumbis e outros contos macabros, do Fábio Yabu.


Bom, peguei este livro num momento de necessidade, queria algo rápido e com o tema terror, mas me decepcionei nos dois âmbitos. No "rápido" porque foi rápido DEMAIS. Para se ter uma ideia, a versão que peguei tinha na verdade apenas um conto, Os três lobinhos, e mesmo ele é colocado de forma a passar uma impressão errada. O conto inicia aos 60% do ebook!!! Confesso que me senti enganado de ver que mais da metade do ebook é de dedicatória, prefácio, ilustrações, etc. Mas OK, vamos considerar isso como um engano honesto. A história a queda dos deuses lobos, e como eles resolvem retomar a sua glória de outrora. Aí entra a minha decepção com a parte de 'terror', pois apesar de apresentar uma cena violenta, não é exatamente assustadora. A linguagem é fluída e a composição do texto é boa. Meu veredito é que Os três lobinhos é um bom conto, mas a forma que ele se coloca para o leitor, seja na temática do texto ou na parte editorial, gera uma expectativa para algo que não existe.

Antes de encerrar minha consideração, devo dizer que vi o nome do conto abaixo do título, mas não imaginei por isso que fosse só ele a estar no ebook. Para piorar a confusão, o link que me levou até a página de download mostrava a sinopse da coletânea, e não apenas do Os três lobinhos.

***


E finalmente lendo alguma coisa do fenômeno digital: Vanessa Bosso! O livro foi o Imortal, disponível na Kindle Store. A sinopse é curtinha, vejam aí:

Ele não é um vampiro, mas, acaba de completar 533 anos. A vontade de morrer é a única coisa que o mantém vivo. Até que alguém surge em sua vida… alguém capaz de mudar tudo. Deixe-se transportar para o Vale do Loire e descubra que o amor verdadeiro existe, independente do tempo e do espaço. Desvende os segredos por trás da imortalidade e deixe-se apaixonar por esse romance imortal.

Não sei bem como classificar: romance, ficção científica, fantasia... A história tem um pouco de cada. Mas isso não é importante, a história em si que é, e nesse caso terminei a leitura satisfeito. A autora tem uma escrita leve, bem contemporânea e rápida; isso percebi logo nas primeiras páginas e se manteve firme até o final. O plot, entretanto, me deixou receoso nos primeiros dois terços. A história começa com a apresentação de Nicolas, o imortal, e basicamente deixa o leitor a par de sua vida como um todo. 

Somos apresentados à busca pela máquina do tempo, e esse parece ser o grande motor que vai levar a história, mas de repente, a situação muda e a leitura se transforma num romance desencontrado entre Nicolas e Sofie, uma viajante que chega até a casa dele com o carro quebrado. OK, me senti meio sem foco, mas a escrita é tão tranquila que fui levando, mesmo sem saber qual seria a ideia central que o livro apresentaria como problema para ser solucionado. Acaba que o livro chega perto do final e não te apresenta isso, quase achei que o livro seria uma crônica sem rumo demasiadamente extensa. E no final, para minha surpresa, acontece uma reviravolta muito legal, que não te permite parar até ver o desfecho.

O livro é bom, a leitura é simples, mas a história demora para engrenar (talvez até mais que a maioria aguentaria). Recomendo para quem não está atrás de um livro denso ou muito entusiasmante. É algo que você pode ler entre uma ou outra leitura mais séria.